Barcarena encerrou, nesta sexta-feira, a programação do Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares (LUPPA) com uma conquista histórica: foi oficialmente nomeada Cidade Mentora do projeto. Com essa nomeação, Barcarena se junta a capitais e grandes centros como Belo Horizonte, Curitiba, Osasco, São Paulo e Recife na missão de fortalecer políticas alimentares em todo o país.
A escolha foi anunciada por Juliana Tângari, diretora do Instituto Comida do Amanhã: “Barcarena já participou como cidade mentorada e agora assume um novo papel, oferecendo suas experiências e boas práticas para outros municípios”.
Pela primeira vez realizado na Amazônia, o LUPPA promoveu cinco dias de intensas trocas de experiências, debates e visitas técnicas que colocaram a segurança alimentar no centro das estratégias municipais. As atividades ocorreram na Escola Checralla Khayat, ponto de encontro de gestores públicos, especialistas e representantes da sociedade civil de diversas partes do Brasil.
A nutricionista Joy Soares, de Itajaí (SC), sintetizou o sentimento geral: “Barcarena trouxe acolhimento, emoção e inspiração de uma forma que nem conseguimos traduzir em palavras”.
Entre os destaques apresentados, chamou atenção o Programa Municipal de Aquisição de Alimentos (PMAA), que tem promovido segurança alimentar com base em compras governamentais da agricultura familiar. Rafael Araújo, presidente do Conselho de Segurança Alimentar de Recife, afirmou: “Estamos levando o modelo de Barcarena para inspirar novas legislações em nossos municípios”.
Amilson Rodrigues, da Secretaria de Assistência Social de Palmas (TO), também destacou a relevância das visitas técnicas aos espaços de produção locais: “Essas vivências ressignificam nossas políticas de segurança alimentar”.
O encerramento do LUPPA marcou, na verdade, o início de uma nova fase. Como Cidade Mentora, Barcarena passa a liderar processos de cooperação, disseminando práticas alimentares mais justas, saudáveis e sustentáveis. Para Francine Xavier, cofundadora do Instituto Comida do Amanhã, o caminho é claro: “Transformar os sistemas alimentares exige cooperação entre municípios e o compromisso de colocar a alimentação no centro da agenda pública”.